segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A propósito das liberdades

Todos nos sentimos tristes. Quando alguém é assassinado seja por que motivo for, não podemos evitar um sentimento de perda, afinal é um de nós que se vai. Quando alguém é assassinado pelas suas ideias, pelos seus desenhos, pelas suas opiniões, porque exerceu o seu direito de as expressar livremente, todos nos sentimos tristes e preocupados. Não nos devem interessar quais as justificações religiosas, sociais, ou outra qualquer - NÃO HÁ JUSTIFICAÇÃO POSSÍVEL!  Todas as pessoas de BEM manifestam a sua repulsa pelo ato inqualificável que ocorreu na semana passada em Paris: o assassinato à bala de jornalistas, polícias e simples cidadãos, causou-nos enorme emoção. Também nós "estivemos" nas manifestações de Paris, onde uma multidão disse da sua revolta. O ato criminoso, que apenas implica um número diminuto de facínoras, tenta acabar com a liberdade de expressão? Claramente.


Mas a liberdade de expressão vem até nós juntamente com as outras liberdades (de associação, de religião, etc...TODAS) pelo que as medidas para tentar evitar que atos deste cariz voltem a acontecer,  embora necessárias, têm de ser acompanhadas de bom senso, de cuidado, para não cairem no mesmo erro... A restrição da liberdade não pode ser a consequência de quem a quer proteger. (o restabelecimento da pena de morte que alguns aproveitam para tentar implementar não pode deixar de ser considerada um retrocesso civilizacional...)


Cumpre finalmente perceber que a liberdade não nos é dada sem trabalho - é preciso defendê-la todos os dias e a toda a hora; há muito quem a queira apenas para si. A liberdade não se mata apenas com armas.

Para refletir: a morte na Nigéria de milhares de pessoas, que ocorreu recentemente, não provocou qualquer emoção especial; não houve quaisquer manifestações de repúdio... Afinal uma dúzia de franceses valem mais que dois mil nigerianos? (foto: jornal Público)



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