Jon Fosse: as coisas são mesmo assim
Trilogia, do norueguês Jon Fosse (n. 1959), reúne três curtas novelas, escritas e publicadas separadamente, com anos de intervalo, mas que assim apresentadas constituem uma unidade a que sem dificuldade se poderá chamar “romance”. Na verdade, este livro distinguido com o Prémio Literário do Conselho Nórdico segue uma linha narrativa que começa com um casal de jovens, Asle e Alida, que vagueia ao frio e à chuva na escuridão de uma pequena vila depois de ambos terem sido obrigados a deixar a casa materna (de Alida) por causa do amor entre os dois. Alida está grávida, mas porque não são casados todas as portas da vila se fecham para lhes dar abrigo e trabalho. Carregavam com eles, numa trouxa, os poucos haveres que possuíam, entre os quais um violino. Asle era tocador de violino, e filho de um tocador de quem herdara o talento e o instrumento, “(...) e quando lhe perguntavam de onde vinha aquela sua inclinação, ele respondia que provavelmente vinha da dor, de algum lamento, ou simplesmente da dor em si, já que ao tocar podia aliviar a dor e evadir-se, e a evasão podia transformar-se em alegria e felicidade, por isso havia que tocar, por isso ele tinha de tocar, ao que parece, muitas pessoas guardariam dentro de si alguma desta dor e por isso muita gente gostava de ouvir tocar, talvez assim fosse porque a música elevava a vida deles (...)”.
Trilogia, do norueguês Jon Fosse (n. 1959), reúne três curtas novelas, escritas e publicadas separadamente, com anos de intervalo, mas que assim apresentadas constituem uma unidade a que sem dificuldade se poderá chamar “romance”. Na verdade, este livro distinguido com o Prémio Literário do Conselho Nórdico segue uma linha narrativa que começa com um casal de jovens, Asle e Alida, que vagueia ao frio e à chuva na escuridão de uma pequena vila depois de ambos terem sido obrigados a deixar a casa materna (de Alida) por causa do amor entre os dois. Alida está grávida, mas porque não são casados todas as portas da vila se fecham para lhes dar abrigo e trabalho. Carregavam com eles, numa trouxa, os poucos haveres que possuíam, entre os quais um violino. Asle era tocador de violino, e filho de um tocador de quem herdara o talento e o instrumento, “(...) e quando lhe perguntavam de onde vinha aquela sua inclinação, ele respondia que provavelmente vinha da dor, de algum lamento, ou simplesmente da dor em si, já que ao tocar podia aliviar a dor e evadir-se, e a evasão podia transformar-se em alegria e felicidade, por isso havia que tocar, por isso ele tinha de tocar, ao que parece, muitas pessoas guardariam dentro de si alguma desta dor e por isso muita gente gostava de ouvir tocar, talvez assim fosse porque a música elevava a vida deles (...)”.
In Jornal Público
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