Desde muito cedo que nutre uma paixão pela escrita, tendo concorrido em vários concursos literários, no género “prosa” e “poesia”, ganhando o 1.º prémio por quatro anos consecutivos.
Aos 10 anos, já escrevia poemas que declamava na escola. Em 2020 concretiza o seu sonho e publica o seu primeiro livro "O manual da tua história".
Este livro poderá ser requisitado na Biblioteca Escolar Júlio Dinis.
A Leonor enviou-nos três poemas seus que podem ser lidos aqui.
Canela em pó
Esta que provocas em mim sempre que partes.
Ímpeto vulcânico e impudico aquele que me assola
Porque sei, que por mais que a Razão me tente convencer do contrário,
Ainda choras dentro de mim ruidosamente.
Beijo a tua sombra, imaginando no seu contorno
A mansidão do teu olhar pleno e distante.
Que me acaricias sem melodicamente me tangeres.
Que é feito de ti? Onde foste tu agora que preciso de ti?
Porque te deixei ir.
Como canela em pó, a tua imagem paira serenamente pela minha memória.
Viver assim é ser assombrado e maravilhosamente deliciado,
Num só instante.
Desvaneces-te e reapareces.
Não me lembrei de te poder esquecer
E agora, ouço o bramido trépido daquilo que foste,
E não és mais.
Escutai esta minha súplica!
Levai-me até àquele dia, aquele maldito dia,
Que me destrói sempre que na minha mente ressurge.
Se pudesse fazer tudo de novo,
Beijar-te-ia uma vez mais.
Não imaginaria que por de trás daquele sorriso vacilante,
Se esconderia a minha morte profunda.
Que levaste meu coração sem pedir,
Mo roubaste sem qualquer escrúpulo ou piedade
E fizeste dele eternamente teu,
Porque fugiste?
Escutar o palpitar do meu coração,
Ou sentir o calor das minhas mãos porque,
Ainda que longe e sem saber onde estejas,
Te toco, te sinto, te vivo,
Regressa.
Do homem que sou, porque se lembra do que foi,
Quando foi contigo.
Neptuno
Sob o céu
profundo e escuro carregado de mistério,
E onde as
nuvens encorpadas bailam fastidiosamente,
Procuro
fugir, adentrando-me num outro universo, num outro planeta.
Mergulho na
terra das águas, no oceano irascível e abismal,
Sítio onde reina
a intemporalidade marcada por fantasias insólitas
De almas
naufragadas num tempo qualquer.
As ondas
rítmicas são manto frio que embala meu peito,
Fazendo-me
sonhar com a madrugada nua neptunina
Em que a
vira, figura inebriante e alucinogénia.
Seus cabelos
eram algas, seus olhos conchas devoradoras
Que, na
aspereza exterior marmórea, revelam o brilho nacarado
Daquele
espírito de luz sublime e opulento quanto uma medusa.
Nos seus
tentáculos me quero enovelar,
e o seu
mortífero veneno tomar como meu.
Naquele ser
misterioso, quero orbitar infinitamente
E agasalhar
na minha essência o aroma salgado e denso
Daquela que
é a sua atmosfera envolvente,
Consubstanciando-me
numa paixão planetária.
Com seu
jeito, sacio meu desejo passional.
Ela é
estrela de (a)mar.
Vê-la, ainda
que à distância de um astro,
É como
atentar a mais espantosa pintura.
Seu corpo é
quimera surreal e perfeita
E suas
curvas são meridianos de um planeta.
Perdido no
seu cântico azul, abraço-a.
Eternamente
unidos estaremos numa dança orbicular.
Seu nome é
Nereida, e meu, Neptuno.
Leonor Malaguerra
Que os teus lábios vêm de encontro aos meus
Enquanto o silêncio ensurdecedor da cidade que descansa
Me revela as mais secretas confissões do nosso amor.
Entre as constelações desenhado está o teu sorriso,
E como música harmoniosa feita em improviso,
Sinto, por detrás da almofada, a delicadeza do teu beijo.
Que te aconchega e reconforta, relembrando que,
Assim que ambos fechamos os olhos e nos abraçamos veementemente,
Nada mais importa.
Onde, talvez por mero acaso ou força do Destino,
As nossas essências se entrecruzam,
Dançando lentamente e unissonamente num bailado de euforia.
Livres das complicações do mundo terreno, livres de medos,
Viajamos juntos na imensidão intemporal do meu paraíso noturno
Enquanto reflito acerca da radiância e brilho perpétuo que trazes à minha vida.
Ao dormir, sonho com o som melódico da tua voz, capaz de me acalmar
E de despertar em mim sensações calorosas.
Ao acordar, desejo ter-te nos meus braços e não mais te largar.
Fica sabendo que de tal união resulta a entrega total do meu coração.
Na tentativa infrutífera de te ver novamente naquele que é o momento favorito do meu dia.
E quando os meus olhos por fim se fecharem, a minha promessa manter-se-á:
Amar-te-ei hoje e sempre. Isto não é um adeus; é um até já!
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