Proposta de leituras / Prof.ª Rosa Eugénia Rodrigues
De Cecília Meireles - poemas famosos que
as crianças vão adorar
fonte:
https://www.culturagenial.com/poemas-infantis-cecilia-meireles/
A poesia
tem o poder de nos emocionar, de nos transportar para outros mundos e de nos
educar acerca da complexidade humana. O contato das crianças com a poesia pode
ser mágico e potenciar um amor pela leitura que durará a vida toda.
A obra de
Cecília Meireles, recomendada para a Educação Literária no 1.º ciclo, pode
inspirar os pequenos leitores...
Sobre Cecília
Meireles
Cecília Meireles foi uma poetiza,
pintora, jornalista e professora brasileira, nascida no Rio de Janeiro em 1901
(faleceu em 1964). Em 1919, com 18 anos de idade, publicou o seu primeiro livro
de poemas, Espectros. Esse foi o começo da carreira literária de
Cecília Meireles, que foi bem recebida pelos seus pares.
Uma das vertentes mais fortes e
reconhecidas da sua poesia é a sua
literatura infantil. Em 1924, Cecília Meireles lançou a sua primeira obra
dirigida ao público mais jovem, Criança,
Meu Amor, em prosa poética.
Cecília Meireles, enquanto
professora, estava próxima do universo das crianças e sabia como se relacionar
com elas e estimular a sua imaginação.
O resultado foi uma produção muito
rica de poemas infantis, entre os quais se destacam clássicos da literatura
nacional como Ou isto ou aquilo, A bailarina, e As meninas, entre outros.
Experimenta “viajar” com a poesia de Cecília
Meireles.
Clica no link e podes ler, ouvir
ler e, até, ver trabalhos feitos por outras crianças, recreando alguns dos
poemas mais conhecidos.
1. Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva,
Ou se calça a luva e não se põe
o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no
chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se
possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não
compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou
aquilo …
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se
estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Não é por acaso que Ou
isto ou aquilo é um dos poemas infantis mais famosos da
nossa literatura. Através de exemplos do dia-a-dia, Cecília Meireles transmite
aos seus leitores uma lição muito importante: a todo o instante, temos de fazer escolhas. Não
podemos ter tudo ao mesmo tempo. Temos de tomar decisões e aprender a lidar com
as consequências das escolhas que fazemos.
https://www.youtube.com/watch?v=KMPRrz6yZ4k
2. A bailarina
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Este singelo poema descreve um
desejo: uma menina quer ser bailarina.
Pequena, a menina dança e rodopia,
mas não conhece nenhuma das notas musicais. Consegue, no
entanto, ficar na ponta do pé e girar sem ficar tonta ou perder o equilíbrio.
Percebemos, assim, que apesar da sua idade, a menina sente a
música, dança quase por instinto, ainda que nem conheça as notas.
Apesar disso, ela é apenas uma criança que, no final de tanta dança, está
cansada e quer dormir, esquecendo os seus desejos, os seus planos para o
futuro, já que ainda tem muito tempo pela frente para viver e concretizar, ou
não, os seus desejos.
No poema As meninas, Cecília Meireles fala
de três meninas que eram vizinhas e costumavam ver-se da janela. De uma forma
curiosa, o poema vai sendo composto por rimas com os mesmos sons que os nomes
delas: Arabela, Carolina e Maria.
Enquanto as primeiras duas
aparecem fazendo pequenas ações, como abrir a janela ou levantar a cortina, a
terceira só as cumprimenta. Arabela é louvada pela sua beleza e Carolina pela
sua sabedoria. No entanto, sobre Maria, apenas se sabe que saúda as outras
meninas, todas as manhãs, com um "Bom
dia".
Apesar dos elogios que o poema faz às outras meninas, Maria é a que
deixa mais saudades, pela sua simpatia e doçura.
https://www.youtube.com/watch?v=6RKn6DBzkmM&feature=youtu.be
3.
As meninas
Arabela
abria a janela.
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
“Bom dia!”
Arabela
foi sempre a mais bela.
Carolina,
a mais sábia menina.
E Maria
apenas sorria:
“Bom dia!”
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
uma que se chamou Carolina.
Mas a profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
“Bom dia!”