quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Prémio Camões 2025

     Instituído em 1988 pelos estados português e brasileiro com vista a estreitar os laços   culturais entre os vários países lusófonos e enriquecer o património literário e cultural da   língua portuguesa, o Prémio Camões tem o valor de cem mil euros, a ser pago pelos dois   países em partes iguais.

     O júri, reunindo alternadamente em Portugal e no Brasil, integra duas personalidades   portuguesas e duas brasileiras, bem como dois representantes dos países de língua oficial   portuguesa.

      Este ano, o prémio foi atribuído à poetisa angolana Ana Paula Tavares. distinguindo “a sua   fecunda e coerente trajetória de criação estética e, em especial, o seu resgate da dignidade da  poesia”. O Júri sublinhou ainda que “com a dicção do seu lirismo, sem concessões evasivas,  e com os livres compromissos da produção em crónica e em ficção narrativa, a obra   de Ana Paula Tavares adquire também uma relevante dimensão antropológica em perspetiva   histórica.”



 Eis um poema de Ana Paula Tavares:

 

     RAPARIGA

Cresce comigo o boi com que me vão trocar

Amarraram-me já às costas, a tábua Eylekessa

Filha de Tembo

organizo o milho

Trago nas pernas as pulseiras pesadas

Dos dias que passaram…

Sou do clã do boi –

Dos meus ancestrais ficou-me a paciência

O sono profundo do deserto a falta de limite…

Da mistura do boi e da árvore

a efervescência

o desejo

a intranquilidade

a proximidade

do mar

Filha de Huco

Com a sua primeira esposa

Uma vaca sagrada,

concedeu-me

o favor das suas tetas úberes.

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