segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Natal século XIX

 Noite de Natal

Era uma noite de inverno. Calada, A neve tombava em flocos, branca e leve; E os tristes, que não tinham pão nem sede, Abraçavam-se, à neve, aconchegada...

O gelo endurecia a estrada... Era o fim do caminho! E o fim, onde é? Era uma noite igual àquela em que o Menino, Na palha enjeitado, ao luar surgiu...

Porque, assim como há mil e oitocentos anos, Tantos milhares de criaturas humanas, Houve natais que foram natais humanos, E natais que foram natais de bestas-feras...

Era o fim do caminho! E o fim, onde é? Era a estrela polar... Quem a divisasse? A casa mais próxima estava longe, e, ao pé, Os lobos uivavam... Se o Menino chorasse!

Era uma noite de inverno. Calada, A neve tombava em flocos, branca e leve... E os tristes, que não tinham pão nem sede, Abraçavam-se à neve, aconchegada...

(Guerra Junqueiro) (17/9/1850-7/7/1923)

Sem comentários:

A JOGAR TAMBÉM SE APRENDE

  Vai já na sua quinta sessão o concurso “A jogar também se aprende!”, da responsabilidade dos alunos do 7.º H, da EB Monsenhor Miguel de Ol...