quarta-feira, 29 de abril de 2020

Poemas de Cecília Meireles


Proposta de leituras / Prof.ª Rosa Eugénia Rodrigues

De Cecília Meireles - poemas famosos que as crianças vão adorar

fonte:  https://www.culturagenial.com/poemas-infantis-cecilia-meireles/

A poesia tem o poder de nos emocionar, de nos transportar para outros mundos e de nos educar acerca da complexidade humana. O contato das crianças com a poesia pode ser mágico e potenciar um amor pela leitura que durará a vida toda.

A obra de Cecília Meireles, recomendada para a Educação Literária no 1.º ciclo, pode inspirar os pequenos leitores...


Sobre Cecília Meireles


Cecília Meireles foi uma poetiza, pintora, jornalista e professora brasileira, nascida no Rio de Janeiro em 1901 (faleceu em 1964). Em 1919, com 18 anos de idade, publicou o seu primeiro livro de poemas, Espectros. Esse foi o começo da carreira literária de Cecília Meireles, que foi bem recebida pelos seus pares.

Uma das vertentes mais fortes e reconhecidas da sua poesia é a sua literatura infantil. Em 1924, Cecília Meireles lançou a sua primeira obra dirigida ao público mais jovem, Criança, Meu Amor, em prosa poética.

Cecília Meireles, enquanto professora, estava próxima do universo das crianças e sabia como se relacionar com elas e estimular a sua imaginação.

O resultado foi uma produção muito rica de poemas infantis, entre os quais se destacam clássicos da literatura nacional como Ou isto ou aquilo, A bailarina, e As meninas, entre outros.

Experimenta “viajar” com a poesia de Cecília Meireles.
Clica no link e podes ler, ouvir ler e, até, ver trabalhos feitos por outras crianças, recreando alguns dos poemas mais conhecidos.

1.    Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva,
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo …
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Não é por acaso que Ou isto ou aquilo é um dos poemas infantis mais famosos da nossa literatura. Através de exemplos do dia-a-dia, Cecília Meireles transmite aos seus leitores uma lição muito importante: a todo o instante, temos de fazer escolhas. Não podemos ter tudo ao mesmo tempo. Temos de tomar decisões e aprender a lidar com as consequências das escolhas que fazemos.
https://www.youtube.com/watch?v=KMPRrz6yZ4k

                                            2.    A bailarina
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Este singelo poema descreve um desejo: uma menina quer ser bailarina.

Pequena, a menina dança e rodopia, mas não conhece nenhuma das notas musicais. Consegue, no entanto, ficar na ponta do pé e girar sem ficar tonta ou perder o equilíbrio. Percebemos, assim, que apesar da sua idade, a menina sente a música, dança quase por instinto, ainda que nem conheça as notas. Apesar disso, ela é apenas uma criança que, no final de tanta dança, está cansada e quer dormir, esquecendo os seus desejos, os seus planos para o futuro, já que ainda tem muito tempo pela frente para viver e concretizar, ou não, os seus desejos.

No poema As meninas, Cecília Meireles fala de três meninas que eram vizinhas e costumavam ver-se da janela. De uma forma curiosa, o poema vai sendo composto por rimas com os mesmos sons que os nomes delas: Arabela, Carolina e Maria.

Enquanto as primeiras duas aparecem fazendo pequenas ações, como abrir a janela ou levantar a cortina, a terceira só as cumprimenta. Arabela é louvada pela sua beleza e Carolina pela sua sabedoria. No entanto, sobre Maria, apenas se sabe que saúda as outras meninas, todas as manhãs, com um "Bom dia".

Apesar dos elogios que o poema faz às outras meninas, Maria é a que deixa mais saudades, pela sua simpatia e doçura.

https://www.youtube.com/watch?v=6RKn6DBzkmM&feature=youtu.be



3.    As meninas

Arabela
abria a janela.

Carolina
erguia a cortina.

E Maria
olhava e sorria:
“Bom dia!”

Arabela
foi sempre a mais bela.

Carolina,
a mais sábia menina.

E Maria
apenas sorria:
“Bom dia!”

Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;

uma que se chamava Arabela,
uma que se chamou Carolina.

Mas a profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,

que dizia com voz de amizade:
“Bom dia!”

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