Aquela cativa,
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
nem no céu estrelas,
me parecem belas
como os meus amores.
Rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.
~Ua graça viva,
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão
que o siso acompanha;
bem parece estranha,
mas bárbora não
Presença serena
que a tormenta amansa;
nela enfim descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo,
e, pois nela vivo,
é força que viva.
Luís de Camões
sexta-feira, 6 de março de 2015
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
CONCURSO MAIS E MELHORES LEITORES
Está a decorrer a 18ª edição do CONCURSO CONCELHIO DE LEITURA referente ao ano letivo de 2025-2026, dirigido a todos os alunos do nosso c...
-
Com o objetivo de responder ao desafio de criar uma atividade lúdica inspirada na "Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, um grupo de a...
-
"Este trabalho visa promover uma abordagem criativa e dinâmica à obra Farsa de Inês Pereira , de Gil Vicente, através da criação de...

Sem comentários:
Enviar um comentário