sexta-feira, 31 de outubro de 2008


Muitas pessoas não sabem como lidar com outras que apresentam algum tipo de deficiência.
Neste link
http://www.lerparaver.com/ajudadeficientes.html encontrarão a resposta.

Dói-me a janela
Chicotada pelo granizo
E o vulto que pressinto
Na névoa das cortinas.
Doem-me as lágrimas
Que soluçam na vidraça
E a lua que se esconde
À tempestade.
Dói-me o vento que arrasta
As sombras distorcidas
Das notas de um nocturno
De Chopin…

Dói-me a claridade do sol
Que fere súbito
A janela pela manhã.

Profª Ilda Regalado

CONTO

Um dia, o idealista encontrou, na rua da ilha dos pássaros, a neta do Senhor Lihn seguida pelo pensador da terceira vaga, com memória de elefante que, ao vê-la tomar banho na costa dos murmúrios suspirou” quem me dera ser onda!”

Ao longe, no monte dos vendavais, o carpinteiro do vale dos fenos, dentro da cabana do pai Tomás, observava o moinho à beira do rio que corria pela montanha mágica de onde surgiu, vestido de vermelho e negro, o homem que parecia um domingo a procurar num catálogo de sombras o fio das missangas que tinha perdido aquando da visita ao fidalgo aprendiz na corte da aldeia.

Dia após dia, em busca do tempo perdido, numa odisseia que certamente iria durar até à eternidade, Orlando, o furioso de seu nome, quando as chuvas vieram, entrou no expresso do oriente e sentou-se ao lado do carteiro de Pablo Neruda que lia o crime do Padre Monet. Era Domingo à tarde e a filha do capitão levava a casa da boneca ao colo. De repente o comboio apitou três vezes e entre as brumas de Avalon dá-se uma misteriosa aparição: D Quixote de la Mancha, perseguido pelos três mosqueteiros cai e, levantado do chão pela Rebeca, foge para a taberna da índia, no paraíso perdido, onde se comentava a notícia de um sequestro.

- No céu em fogo quo vadis, D. Quixote? pergunta Nossa Senhora de Paris.

- Para a pousada da sexta felicidade, onde espero encontrar o velho que lia romances de amor!


Nota: Receita da livraria X, Y, Z a ser testada pelo bom paladar dos seus estimados clientes que devem, para terem direito a refeição gratuita, identificar o autor e o nome de cada um dos pratos mencionados.

Obs. Será que “As mulheres que lêem são perigosas?”

Profª Ilda Regalado

domingo, 19 de outubro de 2008


As palavras sempre ficam

“Se me disseres que me amas, acreditarei.
Mas se escreveres que me amas,
Acreditarei ainda mais.

Se me falares da tua saudade, entenderei.
Mas se me escreveres sobre ela,
eu a sentirei junto contigo.

Se a tristeza vier a te consumir e me contares,
eu saberei. Mas se a descreveres no papel,
o seu peso será menor.”

… e assim são as palavras escritas:
possuem um magnetismo especial,
libertam, acalentam, invocam emoções.

Elas possuem a capacidade de,
em poucos minutos, cruzar mares,
saltar montanhas, atravessar
desertos intocáveis.

Muitas vezes, infelizmente, perde-se o
autor , mas a mensagem sobrevive ao
tempo, atravessando
séculos e gerações.

Elas marcam um momento que será
eternamente revivido
por todos aqueles que a lerem.

Viva o amor com palavras faladas e escritas.
Mate saudades, peça perdão, aproxime-se.
Recupere o tempo perdido, insinue-se.
Alegre alguém, ofereça um simples “bom dia”.
Faça um carinho especial.

Use a palavra a todo instante,
de todas as maneiras.
Sua força é imensurável.

Lembre-se sempre do poder das palavras.

“Quem escreve constrói um castelo,
e quem lê passa a habitá-lo.”

(Autor desconhecido)

(enviado pela Profª Ana Parracho)

sábado, 18 de outubro de 2008


Livros digitais? O futuro está quase a chegar!
http://www.janelanaweb.com/digitais/ebook.htm
l
Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incomodassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, como pessoa própria, a sintaxe errada, como gente em que se bata, a ortografia sem ípsilon, como o escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.

"Livro do Desassossego" de Bernardo Soares (Vol.I) Fernando Pessoa

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Para os pais

Hoje decidi escrever sobre um tema difícil - um filho com Trissomia 21. Para já, se não sabe o que é ...é melhor informar-se pois quem sabe se não lhe bate à porta...
Consultando o blog http://pais21.blogspot.com, parece ser a sorte grande e a terminação...mas NÃO É. Sorte grande é ter um filho saudável. Digamos que se ele for saudável pode dar muitos desgostos, muitos problemas, muitas lágrimas, pode ser pediatra, merceeiro ou ladrão, pode ser alto, bonito, feio, gordo, baixinho, atlético, esganiçado, mas pode ser qualquer coisa de acordo com as suas capacidades e o seu esforço. Quando ao fim de algum tempo levantar voo, voará para onde as suas asas o levarem.
Então e a trissomia 21? Um filho com Tr 21 pode ser pediatra, merceeiro ou ladrão? Alto, bonito, feio, gordo , baixinho, atlético, esganiçado...de acordo com as suas capacidades e o seu esforço... Bem talvez não TUDO isso mas quase tudo.
O problema não está Nele. O problema, COMO EM TUDO NA VIDA, ESTÁ NA MANEIRA COMO SABEMOS RECEBER O QUE A VIDA NOS DÁ... Eu por mim permaneço incrédulo, triste, amargurado, TODOS OS DIAS E ATÉ AO ÚLTIMO DIA... mas com a consciência que se ele me TIRA QUASE TUDO, também me dá , SE DÁ, TODO, SEM RESERVAS, SEM CONDIÇÕES, SEM HUMORES, SEM QUERERES. Que mais pode um pai querer?

Autor identificado
DA PALAVRA ÀS ESCOLHAS

Um profissional da palavra dever ter presente a ideia de que a Poesia pode abrir rasgos de lucidez no futuro adulto, nomeadamente através de jogos de língua. Primeiro, para activar a aquisição da linguagem; depois, para criar a ressonância silábica, e, não menos importante, para estabelecer ordem no domínio do raciocínio individual. Desta forma, a palavra deve chegar à criança após um trabalho muito sério e orientado pelo educador / professor, sempre no sentido de dignificar os significados e o uso, com o propósito de estimular a sensibilidade estética e de desenvolver a capacidade criativa.

Os efeitos da publicidade

Numa sociedade de mosaico, caracterizada pela massificação dos gostos e sentidos, devemos ter a lucidez para identificar os valores instilados com muita subtileza, quase sempre provocando desequilíbrios emocionais irreversíveis. Verifica-se, com particular acuidade, que o consumismo condiciona seriamente as preferências das crianças e jovens, e vai impondo repetitivos padrões de escolha.

Nesse sentido, cabe aos educadores e formadores estabelecer laços de convivência entre a criança e a Poesia, por forma a favorecer a estruturação da personalidade e a consolidar mecanismos de conduta consentâneos com uma sociedade que se pretende mais justa e equilibrada.

O estruturante Não

Uma das dificuldades constatadas pelos educadores e professores, na prossecução das actividades escolares, prende-se com a antipatia imediata ao respeito pelas normas instituídas, necessárias ao bom funcionamento das organizações. Num quadro de referência de cumprimento de regras, nem sempre a criança está devidamente sensibilizada a aceitar uma recusa da sua atitude, por não ter tido oportunidade para reflectir nela. Caberá aos pais, numa primeira fase, explicar coerentemente a utilidade do não, mostrando que a nossa felicidade pode não passar pela aquisição de um objecto tecnologicamente evoluído, mas mais seguramente por um livro, conquanto despertador permanente da nossa força criadora.

Sendo mais estruturador da personalidade, porque obriga a repensar critérios de escolha e asserção, favorece a aquisição da linguagem e consolida-se com o estudo da Língua, como realidade plástica viva e moldável aos interesses de aprendizagem regulada.

Hélder Ramos
Profº de Língua Portuguesa

Envie os parabéns a José Saramago (até 15 de Novembro)

http://bibliofilmes.blogspot.com/2008/10/envie-os-parbens-jos-saramago-em-vdeo.html

domingo, 12 de outubro de 2008

Mandamentos do leitor

Nenhum leitor começa devorando uma peça de Sheakespeare

Somos iniciados às letras com ba-be-bis e palavras do nosso quotidiano no berço (mamã, bola). Em seguida conhecemos livros infantis, com histórias simples e personagens de cores chamativas. Mas é na adolescência que a pessoa define que tipo de leitor ela será: se um mero "passador de olhos" por capas de jornal pela manhã, se um leitor ocasional motivado pela faculdade ou pelo trabalho, ou alguém que ama ler.

  • Nunca leia por hábito. Um livro não é uma escova de dentes. Leia por vício, leia por dependência química. A literatura é a possibilidade de viver vidas múltiplas, em algumas horas. E tem até finalidades práticas: amplia a compreensão do mundo, permite a aquisição de conhecimentos objectivos, aprimora a capacidade de expressão, reduz os batimentos cardíacos, diminui a ansiedade. Mas é essencialmente lúdica, é essencialmente inútil, como devem ser as coisas que nos dão prazer.
  • Comece a ler desde cedo, se puder. Ou pelo menos comece. E pelos clássicos, pelos consensuais. Serão cinquenta, serão cem. Não devem faltar As mil e uma noites, Dostoiévski, Thomas Mann, Balzac, Adonias, Conrad, Jorge de Lima, Poe, García Márquez, Cervantes, Alencar, Camões, Dumas, Dante, Shakespeare, Wassermann, Melville, Flaubert, Graciliano, Borges, Tchekhov, Sófocles, Machado, Schnitzler, Carpentier, Calvino, Rosa, Eça, Perec, Roa Bastos, Onetti, Boccaccio, Jorge Amado, Benedetti, Pessoa, Kafka, Bioy Casares, Asturias, Callado,Rulfo, Nelson Rodrigues, Lorca, Homero, Lima Barreto, Cortázar, Goethe, Voltaire, Emily Brontë, Sade, Arregui, Verissimo, Bowles, Faulkner, Maupassant, Tolstói, Proust, Autran Dourado, Hugo, Zweig, Saer, Kadaré, Márai, Henry James, Castro Alves.
  • Nunca leia sem dicionário. Se estiver a ler deitado, ou na praia, ou em qualquer outra situação, anote as palavras que não conhece, para consultar depois. Elas nunca são escritas por acaso.
  • Perca menos tempo diante do computador, da televisão, dos jornais e crie um sistema de leitura, estabeleça metas. Se puder ler um livro por mês, dos 16 aos 75 anos, terá lido 720 livros. É importante escolher bem o que vai ler.
  • Faça do livro um objecto pessoal, um objecto íntimo. Assinale as frases marcantes, as passagens que o emocionam. O livro é o mais interactivo dos objectos. Ele vai consigo de carro, de combóio. Vai com você para outros países.
  • Leia muito. Tente evitar a repetição dos mesmos gêneros, dos mesmos temas, dos mesmos estilos, dos mesmos autores. A grande literatura está espalhada por romances, contos, crônicas, poemas e peças de teatro. Nenhum gênero é, em tese, superior a outro. Não se preocupe, aliás, com o conceito de gênero: história, filosofia, etnologia, memórias, viagens, reportagem, divulgação científica, auto-ajuda – tudo isso pode ser literatura. Um bom livro tem de ser inteligente, bem escrito e capaz de provocar alguma espécie de emoção.
Alberto Mussa (EntreLivros)




Entrevista a Fernando Pessoa


Almada Negreiros e Mário Viegas ... Geniais

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Lágrimas Coloridas de Ana Macedo

Este romance, escrito por Ana Macedo de 16 anos, aborda de uma forma só capaz de ser captada pelos olhos e pela alma de uma adolescente, os problemas da sua vida. É neste cenário que toda a maravilhosa trama nos mostra a força e dinamismo da juventude. O mistério faz parte do seu dia-a-dia. A obra envolve-se de magia e é inundada por lágrimas que ganham cor e constituem o arco-íris.
Fazer Poesia Visual

Escreva um poema e edite em forma criativa. Use a sua imaginação!

http://www.imagechef.com/ic/poem/

Foi para ti que criei as rosas

Foi para ti que criei as rosas
Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
E dei às romãs a cor do lume.
Foi para ti que pus no céu a lua
e o verde mais verde dos pinhais.
Foi para ti que deitei no chão
Um corpo aberto como os animais.


Eugénio de Andrade

sexta-feira, 3 de outubro de 2008


Mês Internacional da Biblioteca Escolar
27 de Outubro - Dia da Biblioteca Escolar

Em substituição do Dia Internacional da Biblioteca Escolar, a IASL (International Association of School Librarianship) criou o "Mês Internacional da Biblioteca Escolar", que será celebrado no mês de Outubro de cada ano.
Em Janeiro de 2008, o director executivo da IASL, sobre a recomendação do Comité do Dia Internacional da Biblioteca Escolar, aprovou a alteração do Dia Internacional da Biblioteca Escolar para o Mês Internacional da Biblioteca Escolar - o mês de Outubro, a partir de 2008. James Henri, President da IASL, afirmou que "o Dia Internacional da Biblioteca Escolar terá outra dimensão. De facto, torna-se no Mês Internacional da Biblioteca Escolar. Isto significa que se pode escolher o dia, a semana ou
mesmo todo o mês com actividades dedicadas à biblioteca escolar e a toda a comunidade."
O Senhor das Moscas de William Golding

- Capítulo Um - (excerto)

A voz da concha

O menino louro deixou-se escorregar ao pé da rocha e avançou rumo à lagoa. Havia tirado o suéter da escola e o carregava agora na mão, mas a camisa cinza estava colada no seu corpo e os cabelos aderiam à sua testa. Em torno dele, um banho de calor: a ampla cicatriz aberta na selva. Avançou com dificuldade por entre trepadeiras e troncos quebrados. Foi quando um pássaro, uma visão de vermelho e amarelo, faiscou, subindo, com um grito de bruxo. Grito que foi ecoado por outro.
- Ei! - dizia, - espere um pouco!
Os arbustos rasteiros se agitaram, ao lado da escarpa; caiu uma multidão de gotas de chuva, tamborilantes.
- Espere um pouco - a voz repetiu. - Fiquei preso.
O menino louro parou e puxou as meias com um gesto automático, e a selva, por um instante, fez-se um lugar muito familiar.
A voz falou de novo.
- Mal posso me mexer com essas trepadeiras.
O dono da voz apareceu, retrocedendo por entre os arbustos, deixando os espinhos riscarem um blusão sujo. As rótulas gorduchas dos joelhos também estavam espetadas por espinhos. Ele se abaixou, tirou cuidadosamente os espinhos e se virou. Era mais baixo que o menino louro e muito gordo. Avançou, procurando pôr os pés em lugar seguro e, então, deu uma olhada pelos óculos grossos.
- Onde está o homem do megafone?
O menino louro balançou a cabeça.
- Isto é uma ilha. Pelo menos, acho que é. Há recifes no mar. Talvez não haja nenhum adulto aqui.
O menino gordo parecia espantado.
- Mas havia aquele piloto. E ele não estava na cabina de passageiros, ficou lá na frente. O menino louro, apertando os olhos, examinava o recife.
- Todos aqueles meninos - continuou o gordinho, - entre eles deve haver alguns que escaparam. Deve mesmo, não é?
O menino louro começou a andar do modo mais casual possível, rumo à água. Tentava agir normalmente e não parecer desinteressado demais, mas já o menino gordo corria atrás dele. - Não há nenhum adulto aqui?
- Acho que não.

O 25 DE ABRIL CONTADO PELA MARIA ANTUNES

  A MARIA FREQUENTA O 4.º ANO DA ESCOLA BÁSICA DA REGEDOURA. GRAVOU ESTE VÍDEO, SOBRE O 25 DE ABRIL, PARA ENVIAR  À SUA PROFESSORA, DIANA OL...