sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Poema do dia







Não toques nos objetos imediatos.
A harmonia queima.
Por mais leve que seja um bule ou uma chávena,
são loucos todos os objetos.
Uma jarra com um crisântemo transparente
tem um tremor oculto.
É terrível no escuro.
Mesmo o seu nome, só a medo o podes dizer.
A boca fica em chaga.



       - Herberto Helder



quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Analfabetos muitos

A figura que há tempo domina a cena social é a do “analfabeto secundário”. Pode ser um ministro, um gestor, uma empregada de caixa de supermercado. Sabe ler e escrever mas diz com frequência que não tem tempo para ler, tem coisas mais importantes para fazer. É activo, adaptável, tem boa capacidade para abrir caminho, safa-se na vida. Está muito bem informado sobre os importantíssimos assuntos do dia que amanhã esquecerão. Sabe ler as informações de uso dos objectos que compra. Sabe usar os cartões de crédito e sabe passar cheques. Vive dentro de um mundo que o afasta hermeticamente de tudo quanto possa inquietar a sua consciência. A atrofia da memória não o preocupa. Aprecia a sua própria capacidade para se concentrar em nada. Vê a cultura como espectáculo ou mercadoria. Não tem a menor ideia de que é um analfabeto, analfabeto secundário, mas analfabeto. 
A sua escrita está reduzida ao mínimo. O seu meio ideal é a televisão, as redes sociais, o SMS. Habita o território do lugar-comum e alimenta-se de doses fartas das “reflexões” de comentadores, políticos, económicos, desportivos e outros produtores do pensamento único.
Poeta e escritor, comissário do 1.º Encontro da Literatura Infanto-Juvenil da Lusofonia 
José Fanha no Público

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A Nêspera


Era uma vez uma nêspera
que estava parada, calada
sentada à beira da estrada
a ver o que acontecia.

Veio uma velha e disse:
Olha uma nêspera!
E zás, comeu-a.

É o que acontece às nêsperas
que ficam paradas, caladas
sentadas à beira da estrada
a ver o que acontece.

Mário Henrique Leiria

Um livro para a Ilha

Propusemos a vários elementos do nosso agrupamento que escolhessem um livro para levar para uma ilha deserta e que justificassem a sua escolha.




Eis a resposta da docente Ana Cristina Bousbaa:

Capitães da Areia
Autor: Jorge Amado
Editora -

O chefe do grupo Capitães da Areia é um jovem chamado Pedro Bala, um menino loiro e filho de um grevista morto no cais. Tinha ido parar á rua por volta dos cinco anos de idade e desde jovem já se mostrava corajoso e o mais capacitado a se tornar o líder das crianças. O grupo ocupava uma barraca abandonada junto a  praia e era formado por mais de cinquenta crianças, sendo que algumas vão sendo apresentadas aos poucos durante a narrativa...



Veja o filme  aqui

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Um livro para a ilha





.

Propusemos a vários elementos do nosso agrupamento que escolhessem um livro para levar para uma ilha deserta e que justificassem a sua escolha.

Eis a resposta da docente Maria João G Vieira Pinto.

"Pássaros feridos"  de Colleen Mc Coullogh
Editora - Bertrand
2012


"Gostei muito do livro.É uma história que se inicia no século XX e narra o percurso de uma família numerosa que habita no interior da Austrália. Trata-se de um livro extenso (cerca de  600 páginas) cuja leitura deve ser feita calmamente."

Pássaros feridos é um dos romances mais lidos e apreciados de todos os tempos. É uma história de sonhos, paixões negras e amores proibidos.

Vamos ler?




A propósito das liberdades

Todos nos sentimos tristes. Quando alguém é assassinado seja por que motivo for, não podemos evitar um sentimento de perda, afinal é um de nós que se vai. Quando alguém é assassinado pelas suas ideias, pelos seus desenhos, pelas suas opiniões, porque exerceu o seu direito de as expressar livremente, todos nos sentimos tristes e preocupados. Não nos devem interessar quais as justificações religiosas, sociais, ou outra qualquer - NÃO HÁ JUSTIFICAÇÃO POSSÍVEL!  Todas as pessoas de BEM manifestam a sua repulsa pelo ato inqualificável que ocorreu na semana passada em Paris: o assassinato à bala de jornalistas, polícias e simples cidadãos, causou-nos enorme emoção. Também nós "estivemos" nas manifestações de Paris, onde uma multidão disse da sua revolta. O ato criminoso, que apenas implica um número diminuto de facínoras, tenta acabar com a liberdade de expressão? Claramente.


Mas a liberdade de expressão vem até nós juntamente com as outras liberdades (de associação, de religião, etc...TODAS) pelo que as medidas para tentar evitar que atos deste cariz voltem a acontecer,  embora necessárias, têm de ser acompanhadas de bom senso, de cuidado, para não cairem no mesmo erro... A restrição da liberdade não pode ser a consequência de quem a quer proteger. (o restabelecimento da pena de morte que alguns aproveitam para tentar implementar não pode deixar de ser considerada um retrocesso civilizacional...)


Cumpre finalmente perceber que a liberdade não nos é dada sem trabalho - é preciso defendê-la todos os dias e a toda a hora; há muito quem a queira apenas para si. A liberdade não se mata apenas com armas.

Para refletir: a morte na Nigéria de milhares de pessoas, que ocorreu recentemente, não provocou qualquer emoção especial; não houve quaisquer manifestações de repúdio... Afinal uma dúzia de franceses valem mais que dois mil nigerianos? (foto: jornal Público)



Inteligência emocional

Normalmente de um aluno que tem boas classificações diz-se que é "muito inteligente". Mas inteligência é "só" isso, ser capaz de corresponder ao que lhe é pedido em ambiente escolar, pelos seus professores? Inteligência é muito mais do que isso. É a capacidade de identificar as suas emoções e as do Outro, de compreender os seus sucessos e insucessos, a capacidade de conter estímulos e muito mais. Um aluno capaz de ter boas classificações pode até estar, e está frequentemente,  muito longe de corresponder a estas capacidades de um modo satisfatório... O equilíbrio Razão/Emoção é um fator determinante para uma boa inteligência emocional...

Saber mais  AQUI

O livro "Atividades para o desenvolvimento da inteligência emocional nas crianças" da Editora Arte plural existente na biblioteca escolar, trata de um modo prático e simples todas estas questões levando os alunos a refletir e a aumentar o seu autoconhecimento...


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

As viagens de Gulliver - teatro

As viagens de Gulliver com escala em Portugal
de Luísa Ducla Soares
Editora - Porto Editora
Coleção literária
Leitura recomendada para o 6º ano

Baseada no clássico de Jonathan Swift. Trata-se de uma peça de teatro muito interessante e que pode ser aproveitada para a representação na escola! Vamos ler?

"Quem quer viajar?
Gulliver (convidando quem passa) - Quem quer correr mundo? Quem quer viajar? Venham com o Gulliver que vai para o mar!
(As crianças, a um gesto de Gulliver, aproximam-se.)
Gulliver (dirigindo-se às crianças) - Olá juventude!
Maria e Manuel (em coro) - Olá!
Gulliver - Vocês serão como eu, que não posso ficar parado muito tempo no mesmo sítio?
Maria e Manuel - Nós adoramos viajar . Viajámos juntos nas férias...

1492 A Conquista Do Paraiso

Já lá vai o tempo em que estudar era apenas ler. A biblioteca da escola dispõe de um conjunto de documentos em video e audio disponíveis para consulta e empréstimo.
O filme 1492: Cristóvão Colombo é apenas um exemplo. Ele permite associar uma componente lúdica a uma componente pedagógica...  e ainda por cima com uma banda sonora fantástica de Vangelis! Que mais podemos querer?!
Com interpretações sensacionais de Gerard Depardieu e Sigourney Weaver, o filme de Ridley Scott é uma excelente porta aberta para gostar de bom cinema, de História e também para perceber o que somos e porque somos...






segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A biblioteca recomenda - Janeiro

Guia prático para a Identificação de Plantas invasoras em Portugal
de Hélia Marchante, Maria Morais e Outros
Editor - Imprensa da Universidade de Coimbra

Excelente guia onde podes consultar um lista  completa das plantas invasoras dos nossos ecossistemas. Excelente rigor científico e imagens bem cuidadas!
Vamos acabar com as acácias, mimosas, austrálias, avoadinhas e penachos?? Sim porque nem tudo que é verde é bom!

Na figura - Penachos - originária do Chile e Argentina. Produz muitas sementes. Cresce vigorosamente e cria aglomerados densos que dominam a vegetação autóctone criando barreiras à circulação da fauna e utilizando recursos necessários para outras espécies...

Um livro para a ilha

Propusemos a vários elementos do nosso agrupamento que nos indicassem qual o livro que levariam para uma ilha deserta e que escolhessem alguns parágrafos que o ilustrassem...

Esta foi a proposta da professora Maria João Cartaxo, responsável pelas bibliotecas do nosso agrupamento:

"As velas ardem até ao fim" de Sándor Márai
Editor: Dom Quixote
ISBN: 9789722020626
2001


É um livro sobre a amizade pura e incondicional, a amizade que resiste e sobrevive ao tempo e à distância, a verdadeira amizade… Levá-lo-ia para uma ilha deserta e, no meio do silêncio e da solidão, recordaria, certamente, os meus verdadeiros amigos.

«O amigo, assim como o namorado, não espera recompensa pelos seus sentimentos. Não quer contrapartidas, não considera a pessoa que escolheu para ser seu amigo como uma criatura irreal, conhece os seus defeitos e assim o aceita, com todas as suas consequências. Isso seria o ideal. E na verdade, vale a pena viver, ser homem, sem esse ideal?» (pág. 82)"

Cartazes da associação 25 de abril

 Estes são alguns cartazes da Associação 25 de abril. Vê mais cartazes